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(Quase) tudo sobre a minha participação na 21ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP21) em Paris de 30/nov a 11/dez 2015
Nasce hoje um novo super-herói, o CAPMAN, uma espécie de versão actualizada do Pac-Man, mas que agora promete ‘comer’ as emissões de dióxido de carbono (CO2) de forma a manter o inevitável aquecimento global abaixo dos 1,5ºC (em relação à era pré-industrial).
A iniciativa parte das ONG Carbon Market Watch e Pixel-Impact e já está disponível em www.cap-man.net, apesar do lançamento oficial apenas ocorrer ao final da tarde desta quarta-feira no pavilhão da UE na #COP21.
O jogo divide-se em quatro cenários, nos quais o CAPMAN lutará para manter o planeta habitável, enfrentando vilões como as emissões de CO2 e as licenças de “ar quente” (licenças de emissões excedentes no âmbito do Protocolo de Quioto), entre outros mecanismos, incluindo os lobistas do carbono.
Um novo estudo realizado por Schleussner et al. 2015 sobre os diferentes impactos climáticos para os limites relevantes para a política, relacionados com o aquecimento global analisa de uma forma abrangente e comparável e pela primeira vez as diferenças nos impactos que o planeta enfrentaria entre um aumento de 1,5°C e 2°C de temperatura global em relação à era pré-industrial. O estudo fornece uma análise de oito impactos biofísicos relevantes, destacando as principais diferenças, tanto a nível global como em regiões hot-spot.
Os principais resultados incluem:
Principais resultados
Rápido aumento em impactos acima de 1,5°C, críticos para regiões vulneráveis
Os aumentos dos impactos entre 1,5°C e 2°C são elevados, significativos e pronunciados em regiões com capacidade adaptativa limitada e elevada exposição.
Face a um aquecimento de 2°C, as regiões tropicais costeiras e ilhas enfrentarão os efeitos combinados de uma completa perda de recifes de corais tropicais, que fornecem proteção costeira e são uma fonte principal dos serviços dos ecossistemas e meios de subsistência; o aumento do nível do mar ocorrerá mais rapidamente que hoje, e serão maiores as ameaças de inundações costeiras e cheias. Limitar o aquecimento abaixo de 1,5°C pode reduzir este risco, dado que alguns recifes de coral poderão permanecer e as taxas e níveis de aumento do nível do mar serão reduzidas substancialmente.
As regiões tropicais surgem como pontos quentes para as tendências de aquecimento e riscos agrícolas. Embora as temperaturas extremas no cenário de aumento de 1,5°C ainda permaneçam em grande parte na extremidade superior das atuais variações climáticas verificadas, com 2°C os extremos de calor que até agora são altamente incomuns serão o novo normal em regiões tropicais.
Preveem-se riscos de reduções substanciais de rendimento das culturas regionais em particular em regiões tropicais no cenário de aumento de 2°C e, em menor medida, se o aumento não exceder os 1.5°C:
A redução da produção e o aumento da escassez de água crescerão substancialmente entre os 1,5°C e os 2°C de aquecimento nas regiões secas subtropicais, sobretudo no Mediterrâneo. O crescimento populacional e a urbanização aumentarão muito a vulnerabilidade e os impactos climáticos nestas regiões. Em conjunto com outros desafios de desenvolvimento, os impactos das mudanças climáticas representam um risco chave para a segurança alimentar regional.
A região do Mediterrâneo, incluindo o Norte de África e do Levante, surge como um hot-spot para reduções severas na disponibilidade de água e para o aumento do período de seca, à medida que o aquecimento passe de 1,5°C para 2°C: as regiões que já têm escassez de água enfrentarão reduções na disponibilidade de água de até 15% até aos 1,5°C, mas este risco duplica para quase 30% de redução potencial no cenário de 2,0°C de aquecimento.