Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
(Quase) tudo sobre a minha participação na 21ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP21) em Paris de 30/nov a 11/dez 2015
Um novo estudo realizado por Schleussner et al. 2015 sobre os diferentes impactos climáticos para os limites relevantes para a política, relacionados com o aquecimento global analisa de uma forma abrangente e comparável e pela primeira vez as diferenças nos impactos que o planeta enfrentaria entre um aumento de 1,5°C e 2°C de temperatura global em relação à era pré-industrial. O estudo fornece uma análise de oito impactos biofísicos relevantes, destacando as principais diferenças, tanto a nível global como em regiões hot-spot.
Os principais resultados incluem:
Principais resultados
Rápido aumento em impactos acima de 1,5°C, críticos para regiões vulneráveis
Os aumentos dos impactos entre 1,5°C e 2°C são elevados, significativos e pronunciados em regiões com capacidade adaptativa limitada e elevada exposição.
Face a um aquecimento de 2°C, as regiões tropicais costeiras e ilhas enfrentarão os efeitos combinados de uma completa perda de recifes de corais tropicais, que fornecem proteção costeira e são uma fonte principal dos serviços dos ecossistemas e meios de subsistência; o aumento do nível do mar ocorrerá mais rapidamente que hoje, e serão maiores as ameaças de inundações costeiras e cheias. Limitar o aquecimento abaixo de 1,5°C pode reduzir este risco, dado que alguns recifes de coral poderão permanecer e as taxas e níveis de aumento do nível do mar serão reduzidas substancialmente.
As regiões tropicais surgem como pontos quentes para as tendências de aquecimento e riscos agrícolas. Embora as temperaturas extremas no cenário de aumento de 1,5°C ainda permaneçam em grande parte na extremidade superior das atuais variações climáticas verificadas, com 2°C os extremos de calor que até agora são altamente incomuns serão o novo normal em regiões tropicais.
Preveem-se riscos de reduções substanciais de rendimento das culturas regionais em particular em regiões tropicais no cenário de aumento de 2°C e, em menor medida, se o aumento não exceder os 1.5°C:
A redução da produção e o aumento da escassez de água crescerão substancialmente entre os 1,5°C e os 2°C de aquecimento nas regiões secas subtropicais, sobretudo no Mediterrâneo. O crescimento populacional e a urbanização aumentarão muito a vulnerabilidade e os impactos climáticos nestas regiões. Em conjunto com outros desafios de desenvolvimento, os impactos das mudanças climáticas representam um risco chave para a segurança alimentar regional.
A região do Mediterrâneo, incluindo o Norte de África e do Levante, surge como um hot-spot para reduções severas na disponibilidade de água e para o aumento do período de seca, à medida que o aquecimento passe de 1,5°C para 2°C: as regiões que já têm escassez de água enfrentarão reduções na disponibilidade de água de até 15% até aos 1,5°C, mas este risco duplica para quase 30% de redução potencial no cenário de 2,0°C de aquecimento.